Aliar a tecnologia no campo com o equilíbrio ambiental para produzir e gerar lucro. Esse foi o objetivo da visita do consultor Maurício Hoffmann, especialista em Sistemas Agroflorestais (SAF)de junho, ao Centro de Referência e Treinamento em Tecnologias Sociais (CETRECS), no dia 21.
O profissional veio Governador Valadares a convite do Centro de Informação e Assessoria Técnica (CIAAT) para estudar a proposta de implantação de uma unidade demonstrativa de Sistema Agroflorestal.
Acompanhado da equipe do CIAAT, Maurício Hoffmann conheceu os trabalhos já desenvolvidos no CETRECS, como horta, criação de tilápias e a criação melhoramento genético de galinhas. O espaço também serve de abrigo para um banco de sementes de espécies nativas da Mata Atlântica, projeto realizado pela Fundação Renova.
Além de ver o que já é feito no local, o consultor analisou de perto a área onde se pretende implantar o Sistema Agroflorestal. Após visita ao CETRECS, a comitiva fez visita ao Ceasa, onde o gerente Sebastião Gomes de Oliveira Júnior falou sobre os produtos mais comercializados e outras características do mercado na região.
Diante do cenário registrado, Maurício Hoffmann destacou pontos que trazem competitividade ao projeto de SAF encabeçado pelo CIAAT.
“É uma região que logisticamente tem acesso a grandes mercados, como Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, o volume de produção local é pequeno, vem muita coisa de fora. Por isso, para quem é pequeno, acessar mercados locais não é difícil. O modelo que estamos pensando vai integrar uma estratégia de produção de forragem e fruticultura e outra de pastagem rotativa, o gado vai ser semiconfinado. Isso tem uma série de vantagens, o CETRECS ter essas duas áreas de validação de tecnologia é algo estratégico”, explicou o consultor.
Para o presidente do CIAAT, Pedro Carlos Santos, a visita do especialista é uma oportunidade de trazer novo desenvolvimento para a região, que sofreu intenso processo de degradação ambiental.
“A nossa região precisa de inovação, de produção diversificada. O SAF tem essa proposta de gerar produção de alimentos de qualidade em quantidade e tem esse propósito de recuperação do que já está degradado, traz de volta a vida do solo, recuperando a fauna e a flora. A gente vê com bons olhos porque é um sistema que envolve a família, a comunidade, pelo formato, pelas metodologias de implantação e manutenção do sistema, ele traz essas condições econômicas, sociais e ambientais para a região”, ressalta Pedro.
O que é o SAF
Segundo cartilha do Senar, o Sistema Agroflorestal (SAF) é definido como formas de uso e manejo dos recursos naturais, nas quais árvores e herbáceas são utilizadas em associação com cultivos agrícolas na mesma área, de maneira simultânea ou em sequência, com o objetivo de conciliar o aumento da produtividade e rentabilidade econômica com a proteção ambiental e melhoria da qualidade de vida. O SAF pode ainda abrigar a produção de animais simultânea aos cultivos agrícolas.
Sobre Maurício Hoffman
Mestre em Agronegócios pela Universidade de Brasília (UnB), Maurício Hoffmann é consultor em negócios florestais. Desde 2000 passou a atuar tendo a metodologia da agricultura sintrópica, desenvolvida pelo suíço Ernst Götsch, pesquisador com quem trabalhou e é próximo. Já atuou como professor de sistemas agroflorestais e coordenou projetos na área. Além disso, desenvolveu e coordena a Fazenda Elo Florestal Inkóra, localizada no Distrito Federal, onde produz frutas orgânicas por meio de sistema agroflorestal.