Para ampliar o acesso dos moradores do Vale do Rio Doce com os sistemas agroflorestais, foi realizado o Dia de Campo sobre manejo de SAF’s neste sábado, dia 29. Mais de 50 pessoas participaram do evento realizado no CETRECS por meio de recursos da Fundação Banco do Brasil.
Na recepção, os membros da equipe do CIAAT e da Associação Incubar se apresentaram, falando um pouco do trabalho realizado pelas duas instituições na busca por novos modelos de produção para a região.
Após um café da manhã, o grupo foi apresentado à área plantada pelos alunos da primeira turma do curso de Desenvolvimento de Negócios Agroflorestais. Com cerca de oito meses, o espaço já passou por algumas fases: as hortaliças plantadas em agosto já foram colhidas e agora já estão sendo panhadas as mandiocas, que amadureceram mais cedo que o normal devido ao bom preparo do solo e ao sistema consorciado com outras plantas.
A possibilidade de ver na prática as diversas etapas de uma SAF foi destacada pelo coordenador do projeto, Guilherme Freitas.
“Passamos por algumas práticas que são feitas nas agroflorestas, explicando o conceito da produção: desde a etapa de planejamento, os primeiros plantios, a sucessão da floresta que já está acontecendo. Nós levamos o pessoal nas unidades experimentais e eles podem observar essa evolução acontecendo. Os participantes estão fazendo agora o manejo das jaqueiras para dar uma entrada de luz e dar uma pulsão de vida no sistema. Só aí dá pra gente fazer um plantio ali embaixo e resetar esses sistema fazer um plantio novo a partir de hortaliças”, explicou Guilherme.
A diversidade do público foi outro destaque apontado pelo coordenador, uma vez que acessar diferentes grupos permite que o conhecimento seja levado a mais comunidades e regiões.
Riredi Braz Salvador é membro da aldeia Geru Tucunã Pataxó, localizada em Açucena. Ela foi uma das participantes do Dia de Campo e revelou o quanto sua percepção expandiu após conhecer os sistemas agroflorestais.
“Quando conversamos sobre isso na aldeia e falavam pra mim que tinha que cortar ou podar uma árvore eu ficava comovida, porque eu não queria fazer isso. Como eu vou plantar e cortar ao mesmo tempo? Pra mim era uma forma de destruição, eu precisei conhecer o projeto e perceber que eu não estava retirando na natureza e sim que eu estava contribuindo para ela de alguma forma. Se eu estou cortando, eu estou devolvendo para a composição da natureza.”