CIAAT reúne membros do setor cultural para roda de conversa

Após receber premiação da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) pelo projeto do Diagnóstico Participativo da Cultura, o CIAAT reuniu novamente artistas e produtores culturais para conversar sobre o cenário do setor em Governador Valadares.

A coordenadora Célia Marciano abriu o evento relembrando o processo do Diagnóstico, que contou com momentos de reflexão, de capacitação e de mapeamento do cenário cultural em Valadares. O documento final do processo trouxe também um plano de ação elaborado pelos próprios participantes durante o Diagnóstico.

Participantes assistindo a um vídeo sobre ações culturais que receberam apoio do CIAAT.

 

“Em 2024, patrocinamos ações culturais que impactaram mais de 50 mil pessoas, o que foi muito positivo. Mas os pedidos de patrocínio foram aumentando e vimos que esse caminho não seria sustentável, portanto neste ano de 2025 demos uma pausa para repensar como podemos apoiar o setor cultural dentro da nossa expertise, no desenvolvimento de comunidades sustentáveis”, explicou Célia.

Para identificar novas propostas de ação, os participantes foram convidados a falar sobre os avanços e desafios do cenário desde o Diagnóstico. 

O ator e produtor cultural Ademir Martins destacou o legado de maior sensibilização e organização entre os fazedores culturais da cidade: “Ter alguém puxando essas reuniões e encontros foi muito importante, pois quando estamos juntos, cada um entende as dores dos outros colegas e vê como pode ajudar. Isso é ajuda a não ficar em ações isoladas”.

Já a produtora cultural pontuou a implementação do Conselho Municipal de Cultura como um avanço conquistado pela classe, mas que isso também traz novos desafios.

“É preciso que a gente não terceirize todas as questões do setor somente para o Conselho, todos precisam se envolver. Recentemente apoiamos e vimos a Juventude se mobilizar e agir de forma organizada nas escutatórias do próximo ciclo da PNAB. Foi uma conquista, mas eles não sabem escrever projetos e lidar com burocracia. O jovens precisam compreender que cultura também é trabalho”, destacou Fernanda.

 

Membros do setor cultural durante discussão.

 

Esse ponto também foi levantado pela artesã Maria da Glória do Nascimento, para quem as ações culturais têm problemas de continuidade: “Muitos beneficiários não compreendem a dimensão de tudo que foi ofertado e não têm comprometimento. Assim as ações ficam dispersas. Precisa de alguém como o CIAAT para dar suporte na organização dos projetos”.

Representante do Médio Rio Doce no novo acordo de Repactuação pelo crime do rompimento da barragem de Fundão, Elisa Costa destacou que muitos recursos estão para chegar à região e que ter bons projetos é importante para acessar esse montante: “Temos que usar esses recursos para fortalecer as estruturas locais, para que fique um legado de organização social”.

O presidente do CIAAT, Pedro Carlos Santos, colocou a instituição à disposição para auxiliar na estruturação de projetos que melhorem a comunidade.

“Nós atuamos tendo como foco o tripé de economia, social e meio ambiente. A cultura é um fator importante no pilar social. Os grupos precisam estar organizados para conseguir aproveitar as oportunidades que virão”, reforçou Pedro.

Ao fim da reunião, foi acordado que será feito levantamento de grupos com interesse em desenvolver as capacidades de escrita e acompanhamento de projetos. A partir dessa definição serão pensados os próximos passos em prol do fortalecimento da cultura em Governador Valadares.

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