Teve início no último fim de semana, nos dias 4 e 5, o primeiro encontro da segunda turma do curso de Formação em Negócios Agroflorestais. O curso, realizado no CETRECS, é financiado pela Fundação Banco do Brasil e tem como objetivo difundir o conhecimento sobre os Sistemas Agroflorestais (SAFs), que aliam a produção de alimentos à restauração ambiental, promovendo segurança alimentar, geração de renda e a preservação da natureza.
Foram selecionados 35 alunos dentre as mais de 120 inscrições. Neste primeiro módulo, os participantes vivenciaram momentos de aprendizado técnico e de troca de experiências, com visitas ao campo, rodas de conversa e aulas sobre os conceitos iniciais relativos aos SAF’s.
Para muitos dos participantes, o curso representa mais que uma capacitação: é também um espaço de reconstrução de sonhos, valorização da terra e troca de vivências pessoais.
A agricultora Maura Lúcia de Araújo conta que já trabalha com agrofloresta desde 2017, mas se sentiu motivada a participar do curso.
“Sempre vi a agrofloresta com um olhar mais romântico, de cuidar da natureza. Mas em um curso que fiz em São Paulo, comecei a entender o lado da comercialização, da geração de renda. Aqui, me interessei pela proposta da sintropia e dos negócios agroecológicos. Se eu já sou boa na parte de plantar, preciso aprender a transformar isso em um negócio. E esse curso é exatamente sobre isso”, destacou Maura.
Outro aluno do curso é o Cacique Baiara Pataxó, que levou para o curso a perspectiva indígena sobre o cultivo e o cuidado com a terra: “Antes a gente só capinava e plantava. Agora, com o SAF, entendemos como usar o mesmo espaço para plantar várias culturas ao mesmo tempo. Isso traz mais vida para a terra. E o mais importante: esse conhecimento precisa ser passado para nossos filhos, nossos netos. É um cuidado com a Mãe Terra que só vai trazer retorno.”
O primeiro encontro foi apenas o início de uma jornada de seis meses de formação, que busca impactar positivamente a vida de pequenos produtores, comunidades tradicionais e agricultores familiares da região. O curso reafirma o compromisso do CIAAT em fortalecer a agricultura regenerativa no Vale do Rio Doce, promovendo desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental e justiça social.
O professor do curso, o engenheiro agrônomo Herlon Vasconcelos, falou sobre o conteúdo ministrado para a turma. “O conteúdo abordado foi introdução a dos sistemas agroflorestais e e agricultura isentrópica. Começamos abordando a parte da história da agricultura até nas agroecologias e sistemas agroflorestais. Abordamos alguns conceitos das agroflorestas e finalizamos na parte conceitual: princípios, sucessão ecológica ou sucessão vegetativa, estratificação e formação do solo. Para o próximo módulo focaremos no diagnóstico da propriedade e planejamento sistemas agroflorestais” afirmou Herlon Vasconcelos, professor do curso.
*Por Isabela de Andrade