Comitiva de agricultoras de Moçambique visita o CETRECS

Comitiva reunida

Nesta segunda-feira (28), mulheres camponesas de Moçambique visitaram o CETRECS para conhecer práticas produtivas e sustentáveis desenvolvidas por agricultoras brasileiras. A atividade foi parte da programação do intercâmbio, promovida pelo CIAAT, que convidou a comitiva internacional como parte da programação do Seminário Estadual das Mulheres Camponesas, realizado entre os dias 25 e 27.

A visita foi marcada por trocas intensas de saberes, conhecimento técnico e experiências de resistência no campo. As convidadas conheceram tecnologias como o cultivo de hortas diversificadas, criação de galinhas, produção de peixes e reaproveitamento de resíduos com larvas.

“Particularmente, eu saio daqui com uma bagagem bem maior do que com a qual eu vim”, contou Carla Marisa Reis Cludes, agricultora e membro do Ícone, de Moçambique. “A visita foi ótima. Produzo tilápia e galinhas, mas hoje percebo que podemos aproveitar muito melhor o que temos e produzir com mais qualidade.”

Visita ao CETRECS

 

Já Márcia Joana Carla Ñoana, de Maputo, capital de Moçambique, destacou o impacto humano e político do encontro.

“Ver de perto a força das mulheres brasileiras, sua organização e resistência, é inspirador. Mesmo com dificuldades, elas conseguem criar soluções. Estar aqui é estar na fonte do conhecimento.”

Patrícia Fernandes Santos, coordenadora estadual e nacional do MMC, ressaltou a importância da troca com as companheiras moçambicanas para fortalecer os projetos dos quintais produtivos:

“É gratificante aprender com outras culturas e aplicar isso na luta contra a violência. Os quintais são uma alternativa real para mulheres que sofrem dentro de casa e precisam gerar renda com dignidade.”

O Seminário reafirmou o papel da produção agroecológica como instrumento de emancipação e dignidade, especialmente para mulheres camponesas que enfrentam múltiplas violências. Além das trocas e debates, o evento contou com momentos de cuidado e celebração, como rodas culturais e integração entre as participantes do Brasil e de Moçambique. O Seminário terminou, mas os laços criados e os conhecimentos compartilhados seguem fortalecendo uma rede de mulheres que transformam a vida a partir da terra.

Mulheres camponesas de Moçambique e do Brasil
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