Moradores do bairro Turmalina conhecem de perto ações de restauração feitas pelo CIAAT

No dia 10 deste mês, representantes do CIAAT e de moradores do bairro Turmalina participaram do projeto Vim Ver, desenvolvido pela Fundação Renova, no qual os convidados são levados em um tour para conferir de perto ações voltadas para a restauração ambiental na região.

A intermediação entre os moradores do bairro Turmalina e a Fundação Renova foi feita pelo CIAAT, a pedido da vereadora Gilsa Santos. A parlamentar recebeu solicitação do grupo, que deseja restaurar um trecho de mata no bairro, e ela veio buscar auxílio no CIAAT, que já possui grande experiência em ações voltadas para a recuperação do meio ambiente.

Ainda não temos a associação regularizada, mas estamos buscando isso. Nosso objetivo é reflorestar três hectares que estão desocupados há cerca de 30 anos. Queremos preservar as nascentes, as matas, três lagoas que têm lá e também fazer um banco de alimentos para os moradores do bairro”, explica Eliomarcos Dias Martins, morador do Turmalina.

Participantes viram vídeo que apresenta ações de reparação

 

Grupo conheceu o Cetrecs, que abriga o Banco de Sementes e diversas tecnologias sociais

 

A oportunidade de ir a campo foi custeada pelo projeto Vim Ver. O ponto de encontro antes da partida foi na sede da Fundação Renova, onde os participantes foram recebidos com um café da manhã, depois seguiram de ônibus até a primeira parada: o Centro de Treinamento e Referência em Tecnologias Sociais, o Cetrecs, que pertence ao CIAAT.

No local, o grupo conheceu o Banco de Sementes da Mata Atlântica, o maior do Brasil, projeto desenvolvido pela Fundação Renova. O trabalho de comprar sementes direto das comunidades tradicionais e originárias promove geração de renda, além do retorno de espécies que já não eram encontradas na região com facilidade. 

Sementes de mais de 300 espécies estão abrigadas no local. Após serem recebidas e catalogadas, as sementes são posteriormente distribuídas, em mix de diferentes espécies,  no momento do plantio da restauração.

Os participantes ainda conheceram as ações realizadas pelo CIAAT: a criação de tilápias, a Horta Agroecológica, a criação de galinhas para a postura de ovos e para melhoramento genético, e ainda o espaço onde será desenvolvido o Sistema Agroflorestal (SAF).

Grupo conheceu a horta agroecológica e outras tecnologias sociais

 

Após o almoço, foi a vez dos participantes verem de perto uma área restaurada pelo CIAAT por meio dos recursos da Fundação Renova. O local escolhido foi a fazenda Saião, em Periquito, onde os trabalhos começaram em 2017 e já são visíveis.

O proprietário, Mário de Assis, e a esposa dele, Maria Mercedes, receberam o grupo e contaram um pouco do histórico do local, antes do trabalho de restauração ser desenvolvido. Os topos de morro estavam descobertos e a enxurrada das chuvas arrastavam o restante de vegetação na parte baixa do terreno. Sem conseguir reter a água, durante a estiagem o terreno chegava a abrir fissuras no chão.

Acreditando no grande potencial do projeto, Seu Mário abraçou a causa e dedicou mais de 50% de sua área à restauração – muito além dos 20% exigidos pela legislação ambiental. Com alegria e satisfação, ele celebra os resultados alcançados.

Há uns cinco anos aqui não tinha nada, só área pelada. Hoje tem água até pra morrer afogado”, brinca o produtor rural.

Mário de Assis destinou mais de 50% da propriedade para a restauração ambiental

 

Os participantes fizeram um passeio pela fazenda, visitando áreas que foram restauradas e  estão em crescimento, mas já mostram aspecto bem diferente de fotos antigas.

Além do plantio das espécies nativas na região, a propriedade recebeu outra tecnologia social: a implantação de duas barraginhas. Essas estruturas captam as águas das chuvas, impedindo que a enxurrada leve sedimentos sólidos e causem o assoreamento de rios e córregos, bem como promovem a recarga hídrica do terreno, evitando a seca posterior no local.

Ao ver fotos de como o lugar era antes e presenciar a transformação que se deu ali, Eliomarcos contou ter mais esperança no projeto que pensam em desenvolver no bairro Turmalina.

Achei muito interessante, ver como trouxe benefício para a terra dele e para o meio ambiente. Precisamos muito disso, porque lá no bairro, quando chove, escoa para a parte baixa. Se fizermos esse sistema de barraginha em volta da lagoa, ela vai reter mais água. Agora com a parceria e experiência do CIAAT, a gente está com ainda mais vontade para fazer nossos projetos. E que possa servir de espelho para outras comunidades urbanas que estão com área perdida, servindo de entulho, de descarte de animais mortos, e que podem ser reflorestadas”, destacou o morador do bairro Turmalina. 

No fundo, ao centro, está uma das barraginhas construídas na propriedade, tecnologia que contém a água da chuva, promovendo recarga hídrica e evitando o assoreamento de córregos

 

Vivência foi aprovada pelo grupo de moradores do bairro Turmalina
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