CIAAT dá início ao curso Desenvolvimento de Negócios Agroflorestais

Teve início no último fim de semana o curso Desenvolvimento de Negócios Agroflorestais. As aulas aconteceram no Centro de Referência e Treinamento em Tecnologias Sociais (CETRECS) durante os dias 15 e 16 de março. A iniciativa contou com 24 alunos, dando preferência para a participação de representantes de povos tradicionais, como indígenas e quilombolas, além de outros grupos de representação minoritária no país.

Na sexta-feira, os participantes foram recepcionados pela equipe do CIAAT: o presidente Pedro Carlos Santos; o vice-presidente e coordenador do curso, Guilherme Freitas; o coordenador executivo, Antônio Carlos Borges; e a coordenadora de projetos, Célia Marciano. 

Alunos foram recepcionados por equipe do CIAAT

 

No primeiro momento, os presentes conheceram um pouco sobre o trabalho e a filosofia do CIAAT, que atua com a metodologia de Desenvolvimento de Comunidades Sustentáveis. Foi feito um retrospecto sobre como se chegou até o início do curso Desenvolvimento de Negócios Sustentáveis.

O CIAAT teve muito trabalho em viabilizar esse projeto, de difundir o conhecimento sobre sistemas agroflorestais para a nossa região. A Fundação Banco do Brasil está custeando 50% do valor e a outra metade é paga por nós. Então para vocês é gratuito, mas tem muito suor por trás, por isso peço que valorizem e extraiam ao máximo o conhecimento passado aqui”, ressaltou Toninho Borges.

Em seguida, Guilherme Freitas destacou que o curso faz parte de um projeto maior: Economia Verde Agroflorestal (EVA), que visa difundir a tecnologia de sistemas agroflorestais como modelo de recuperação ambiental, social e econômica no Vale do Rio Doce.

Engenheiro agrônomo Herlon Vasconcelos apresentou os conceitos básicos para a compreensão dos sistemas agroflorestais

 

Após a rodada de apresentações dos alunos, os primeiros conceitos foram apresentados pelo professor Herlon Vasconcelos, engenheiro agrônomo com vasta experiência no modelo de sistemas agroflorestais.

No sábado, os participantes voltaram para a sala de aula pela manhã, aprofundando o entendimento de conceitos básicos necessários para entender e projetar um sistema agroflorestal.

Depois do almoço foi a vez de ir a campo. Os alunos conheceram as diversas tecnologias sociais desenvolvidas no CETRECS e puderam ver na prática alguns dos conteúdos aprendidos em sala de aula, exercitando a classificação sobre os tipos de extratos arbóreos na natureza ao redor.

Ao todo, o curso terá a duração de seis meses, tendo um fim de semana presencial a cada mês. Ao final do primeiro módulo, os alunos demonstraram muita animação.

Alunos fizeram atividade de campo, onde viram a aplicação dos conceitos discutidos

 

Renaldo Lima Silva, indígena da etnia Krenak, contou que deseja compartilhar com a sua aldeia os conhecimentos novos:  “Eu fiquei sabendo dessa oportunidade e chamei alguns amigos para vir também. Como a gente está trabalhando nessa linha de recuperação ambiental, fiz questão de participar e estou gostando bastante. Acho que vamos aprender muito nesses próximos meses e vamos poder levar isso pra nossa comunidade”.

Jani Silva, natural de uma comunidade quilombola em Sabinópolis, também se entusiasmou ao pensar como as práticas aprendidas podem transformar o local de origem dela.

Isso aqui é uma maravilha, uma mina de ouro. A gente tá aprendendo a trazer novas culturas para as comunidades, aprendendo a produzir de uma forma correta, sem precisar de agrotóxico, sem poluir o solo. Isso aqui é mais que esperança, é sonho realizando sonhos”, comemorou Jani.

Participantes do curso de Desenvolvimento de Negócios Agroflorestais
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